Texto de Osvaldo Matos de Melo Júnior, Publicitário e sociólogo-Recife/PE, ex-integrante da PMPE, enviado ao diretor de redação da revista Veja.
Policiais do primeiro mundo são trabalhadores extremamente especializados e formam uma categoria profissional valorizada pela sociedade, que se reflete na sua qualificação de vida e no serviço que presta à comunidade.
Existe a preocupação, nesses países, que vai desde a sensibilidade de vestir seus policiais, com uniformes e trajes bem apresentados; permitem reciclagens periódicas, oferecem equipamentos de segurança individual, armamento e munição adequados, planos de carreira, bônus de produtividade.
Como é que um policial eficaz e operacional pode ganhar igual a um que tira os seus serviços cochilando e conversando ao celular e corre das ocorrências? A falsa estabilidade. A estabilidade do nada.
Existe um apoio, uma rede de assistência médica, psicológica e social, o policial é valorizado e respeitado pela sociedade???. Eles sobem na carreira, pelas suas reais virtudes e técnicas e não pela bajulação política????. Um policial estimulado vale por dez: ele vai abordar mais, ele vai investigar, ele vai prestar mais atenção ao seu serviço.
Outro ponto que merece destaque nesse momento é que as políticas de segurança pública estão sendo reavaliadas. É a questão do compromisso dos nossos governantes já que aqui tem muito deputado cara de pau que não faz nada, não apresenta nenhum projeto, só pede título de cidadão, voto de aplauso e pesar e medalha, além de indicativo de coisas que o governo já está fazendo.
Esses caras de pau deveriam ter um compromisso maior. É muito cômodo delegar toda a responsabilidade aos governos estadual e federal que já abarcam uma série de atribuições. Que também estão errados já que também não priorizam, mas abarcam. Tomando como exemplo os países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Europa e até a falida Colômbia, que a polícia é em grande maioria federal mas tem uma mentalidade e forma de atuação municipalizada.
Nas cidades da América e da Europa o papel de policiais metropolitanos e das guardas municipais é desempenhado pela mesma força policial, com o crime sendo investigado em conjunto com o ministério público que participa ativamente, como peça fundamental. Isso é um exemplo que poderia ser adotado nas nossas cidades, não há nenhum empecilho legal, o que falta é vontade desses políticos que só fazem projetos e leis para o seu benefício próprio.
O primeiro passo para solução dessa problemática toda pode estar em nossa cidade, não está, às vezes, em Brasília. Uma repactuação de funções definidas constitucionalmente, atribuição de polícia para o município, ao menos para aqueles que têm mais de cinquenta mil habitantes.
Não adianta os prefeitos continuarem fugindo da responsabilidade, achando que tudo é função do estado. O problema está na cidade, está no dia a dia. O cidadão está sendo assaltado na rua, na cidade. Os jovens estão sendo aliciados pelo tráfico nas escolas que estão nos municípios.
A gente tem que parar de querer usar polícia como teoria acadêmica, polícia é o dia a dia e deve ser discutida sempre com os nossos policiais decentes que estão se arriscando por uma sociedade que os trata muito mal.
É muito triste quando leio ou escuto entrevistas de autoridades e estudiosos ligados a segurança pública, que apesar da sua situação de formador de opinião, insistem em falar besteiras sem o menor embasamento técnico e o pior com total falta de conhecimento do que acontece no resto do mundo com êxito nas politicas de segurança pública.
Pessoas como estas, que poderiam contribuir de forma qualitativa para a redução dos números da nossa violência, maiores que de muitas guerras.
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